Em um mercado em constante evolução, onde as tendências mudam rapidamente e os consumidores estão cada vez mais exigentes e conectados, é comum presenciarmos exemplos de rebranding onde marcas buscam se reinventar.
Rebranding é o conjunto de decisões, ações e modificações que buscam reposicionar a marca no mercado. Além do visual, se trata do enriquecimento de definições que podem até mesmo orientar processos organizacionais refletindo mudanças mais profundas, alinhadas à essência da marca.
Todos os anos, marcas – das mais clássicas e até mesmo algumas mais recentes – passam por rebradings com mudanças que são estrategicamente planejadas e executadas.
Vamos conferir alguns exemplos de rebranding que ocorreram em 2024?
Rebranding começa de dentro para fora
A empresa norte-americana PayPal optou pelo rebranding para representar uma nova era em sua história. Com mais de 25 anos no mercado, a companhia tem como missão tornar a vida financeira dos usuários da plataforma mais fácil e segura. Para isso, apostou em mudanças visuais que transmitem simplicidade, modernidade e flexibilidade.
Entre as alterações, a que mais se destaca é a exclusão do “P” em tons de azul do logotipo, assim como a mudança da logotipia da marca – “Paypal” – para o preto.
A nova fonte tipográfica LL Supreme foi escolhida para que, de acordo com a agência responsável pelo rebranding Pentagram, “o foco permaneça na mensagem”. Com cantos arredondados, a tipografia busca transmitir uma combinação de ousadia e clareza. A paleta de cores agora é simplificada, com a remoção do amarelo e adição do preto e branco, criando um conjunto de tons mais neutros que intensificam o senso de profundidade.
Por fim, para reforçar a importância da experiência de usuário, a identidade visual incorporou ações que replicam a linguagem de movimento que as pessoas realizam no aplicativo móvel da Paypal. Deslizamentos, toques e giros que são gestos habituais na hora de concluir pagamentos agora possuem um novo significado ao fazer parte da construção visual da marca. Confira com detalhes as novas mudanças aqui.
Nem sempre requer maximalismos
Na primeira quinzena de janeiro deste ano, a Walmart anunciou o redesign da marca. A última atualização na marca havia sido em 2008, quando deixou de ser Wal * Mart (separado) para a grafia que possui hoje, além da adição da faísca amarela.
Porém, com a mudança interna de comando e apropriação de novos canais, a empresa se viu à mercê de uma atualização visual.
Dentre os exemplos, este optou por reforçar a mensagem central e suas comunicações sobre a expansão da empresa no e-commerce e em outros canais online, ou seja, todas as mudanças vieram de forma mais sútil, com alterações específicas para representar modernismo, credibilidade e conexão.
Inspirado em Sam Walton, fundador da marca, a empresa honrou a herança da paleta de cores, dando apenas um toque de atualização ao escolher um tom de azul mais forte e de um amarelo mais vívido.
A faísca amarela não passou despercebida ao ter suas bordas aumentadas, tornando-a mais perceptível. Já a tipografia, agora com tom moderno, possui extremidades internas em forma de lágrima (muito visível na letra A) e formas circulares alongadas.
William White, vice-presidente sênior e diretor de marketing do Walmart US
Ao inovar pensando no futuro, Walmart fez questão de enobrecer seu legado. O refresh da marca surge como um frescor, exaltando elementos que já estavam presentes. Conheça o manual de identidade completo aqui. Mas e quando a atualização é drástico? Como comunicar a troca de conceitos e ideias em um mercado tão clássico?
Vejamos o próximo case.
Rebranding também pode significar mudanças radicais
A Jaguar, tradicional empresa automobilística de luxo, apresentou no último semestre de 2024 um rebranding que dividiu opiniões. Com intuito de adentrar no mercado de carros elétricos e elevar as vendas – que vinham decaindo nos últimos 6 anos – a companhia optou por se posicionar de forma contrastante ao que vinha realizando nas últimas décadas.
Mudanças extremas no logotipo, paleta de cores, tipografia e tagline da campanha acendem no público sentimento de dualidade. O tradicional ícone em forma de um jaguar deixa o palco principal para se tornar um elemento secundário e de acabamento.
O logotipo tem alterações provenientes da nova família tipográfica que mistura letras em caixa alta e baixa, trazendo geometria e similaridade.
Em seu vídeo de apresentação, a Jaguar revela modelos com roupas espetaculosas e pomposas e com a tagline “copy nothing”, conseguiram, de forma disruptiva, comunicar o inesperado, garantindo o renascimento da marca através do modernismo exuberante. Cores mais saturadas e coloridas também foram agregadas na identidade.
A marca defende seu novo posicionamento afirmando que “não aspira ser amada por todos” e que vai “continuar causando emoção porque é isso que criatividade destemida faz”.
A decisão de reposicionar uma marca não surge de tendências
Como visto nesses exemplos de rebranding, são os mais diversos motivos que levaram essas marcas a necessitar e optar por um rebranding. A decisão de passar por este processo não deve ser derivada de um pensamento repentino e sim, decidida internamente com base em uma análise profunda, estudos, pesquisas e balanceamento de fatores externos e internos. Além disso, deve ser conduzida com planejamento estratégico e clareza no propósito.
Quer entender se este é o momento certo para o rebranding de sua marca? Confira Reposicionamento de marca: chegou a hora? →
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